quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Ensaiando um balanço...


E tenho muito o que agradecer. .. Às novas amizades, conhecendo e admirando pessoas tão especiais, amáveis, lutadoras. Parcerias que surgiram de pura afinidade e isso é como onda de mar que acarinha os pés. Amizades que clicam um “curtir” ou fazem um comentário no facebook e é tão bom!E, às amizades de todos os anos, que amparam e bendizem o viver e que me deixam saber que nunca estou sozinha e que posso contar com elas. Aos convites recebidos, os agrados que recebi, os olhares de apoio que sempre encontro.

E tenho muito o que comemorar...livros que ajudei a organizar, outros que tem alguma parte minha lá, livros que li e que me embalaram as muitas horas de viver outra realidade. Grupo de trabalho que garante a  um curso de qualidade, sério e bem elaborado seguir adiante.Bebês que nasceram e trouxeram consigo a beleza da mulher que se torna mãe e que nos permite participar desse percurso único da maternidade. Festas e encontros de pessoas que se querem bem, saúde reestabelecida, o amparo que sei que posso dar.

E tenho muito o que aprender...os silêncios que faltaram ser lidos, que nem sempre foram bem aceitos por mim. Oportunidades que foram negadas e que ainda não entendi porque e nem sempre mostrei que percebi o boicote. Alunos que instigam, que preenchem a cada ano, a vontade de mais saber e que nos lembra que na verdade, tão pouco sabemos. A generosidade de poetas queridos que sempre me mostram um mundo tão mais bonito e possível.

E tenho muito o que lembrar...dos encontros bem falados, das reuniões mais que de trabalho, verdadeiros momentos de compartilhamento de idéias, de argumentos, de dúvidas. Das horas que esperei, dos minutos que pareceram dias e me fizeram bem e mal, mas me fizeram diferente. Dos filhos que crescem, que escolhem habitar e fazer do mundo a própria morada, mesmo que isso doa.

E tenho muito a esquecer...Os projetos abortados, as mágoas desencadeadas em mim. A percepção que tive dos movimentos de pessoas queridas em me afastarem, me negarem. As perguntas que não tiveram respostas, os medos que tive que enfrentar e todas as incertezas que me acompanharam nessa trilha.

E tenho muito que pedir desculpas...Pelas falhas que cometi, pelos possíveis “não”que tive que dar. Pela impossibilidade de às vezes não poder ajudar, pelo tempo sempre escasso para descansar. Pelas frases fora do tom, pela leitura enviesada, pelo falta de jeito que às vezes me acompanha, pelas festas que não fui.

Agradecimentos, comemorações, esquecimentos, aprendizados, desculpas que permearam os meus dias em 2011. Que venha 2012, com sua cara de número par, anunciando que o melhor sempre me acontecerá, mesmo que eu não perceba...Que venha!


terça-feira, 15 de novembro de 2011

MARINA, MINHA IRMÃ...

Bife acebolado que jamais comeremos outro igual. A cozinha na hora da bala de côco sendo esticada, cortada e comida ainda quente. O bolo sendo confeitado e as línguas de fora à espera do suspiro decorado desmanchando nas bocas famintas de doce.

Férias, portas e janelas todo o tempo abertas, os passeios de bicicleta, o trajeto até a piscina, com bóias de pneus, as festas de final de ano, os porres tomados e as ressacas tratadas.

As histórias bem contadas, os risos provocados, o jeito solto de conversar e de falar bobagens, os tocos de cigarro em todos os cantos da casa. As atitudes transgressoras, as travessuras, a coragem, as costuras, os cortes de cabelo, as sacolas de compras quando chegava de São Paulo.

Lembranças...feitas de tantas imagens, de tantas histórias que preenchem a infância de tantos que aqui hoje estão. Lembranças de lambari. Mas uma Lambari de um certo modo. Lambari da casa da Tia Marina e do Tio Haroldo.

E cá estamos novamente...comemorando mais uma matriarca, dessa família feita de mulheres fortes, corajosas, resistentes. Estamos aqui, mais uma vez com tudo misturado, nossas histórias, nossas diferenças e nossa imensa vontade (acho que pouco dita)de simplesmente estar juntos. E torcendo para que nossos filhos e os filhos de nossos filhos continuem vivendo essa coisa gostosa e indescritível de família...

Bifes, bolos, balas, festas, passeios, risadas, histórias e dramas são alguns dos muitos prazeres que Tia Marina nos propiciou. A acolhida sempre alegre, a forma tranqüila com que comandava o caos na casa que a gente fazia de acampamento de férias...

Ao indagar sobre o que poderia comprar de presente prá Tia Marina, Lelena disse: escreva aquelas coisas bonitas prá ela. Não sei se consigo...porque as coisas bonitas, foram vividas e estão aqui, em cada um de nós, nas lembranças que temos, nas histórias que compartilhamos e que só família é capaz de entender.

E este ano, de repente, tornou-se o ano de comemorações. Espero que mamãe e “Marina minha irmã”, entendam que nós, filhos e filhas, sobrinhos e sobrinhas, netos e netas, queríamos mesmo dizer a vocês o tanto que vocês nos ensinaram e o tanto que somos agradecidos por terem nos proporcionado tanto em carinho, em atenção, em cuidado e em amor.

Tia Marina, Marina, Marina minha irmã... Quem nos presenteia é você. Que nos ensinou a rir, a ter leveza no viver, a simplificar as horas. A gente está aqui prá receber esse presente e dizer o tanto que a gente gosta de estar aqui. Mais uma lembrança prá ser cuidada, guardada e rememorada em outros encontros que certamente faremos.

Marina, Morena Marina...desculpe, mas faça o favor, você já é bonita com o que Deus te deu...

E vamos comemorar!!!!

Beijos

Rita...nov/2011

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Cidade que cuida...

Uma cidade cuidadosa significa ocupar ruas e esquinas com olhares mais atentos, com atitudes mais gentis respeitando os ritmos e os passos de pessoas diversas. Fazer de uma cidade, uma cidade cuidadosa, é o que os Conselhos Municipais do Idoso desejam. Ou seja, que cada um de nós, co-autores da cidade, nos coloquemos como guardiões do bem-estar de todos. Que, ao andarmos pelas ruas, olhemos com atenção e cuidado, principalmente aqueles que precisam de proteção e segurança, auxiliando travessias, abrindo espaço para passagens, alertando para os prováveis perigos que possam surgir.

Cuidar das reservas colossais de tempo que nossos/as idosos/as carregam é como cuidar do que seremos. Por isso, que as cidades se convertam em cidades cuidadosas! Mesmo com sua problemática aparentemente sem solução(passeios, trânsito, falta de policiamento), podemos, nós, cidadãos, reafirmar o nosso jeito mineiro de ser. Um jeito de fazer da cidade uma cidade para todos. Homens e mulheres, crianças e idosos que, imbuídos de uma ética do cuidado, façam, das cidades, um espaço em que a solidariedade seja a sua principal paisagem. Olhando uns pelos outros, pelas reservas colossais de tempo e por uma cidade cuidadosa!

"Na minha opinião, o que importa não é homenagear os mortos, levando-lhes regularmente flores às sepulturas, pois isso é formal e fácil. O que me parece de maior importância é tratá-los bem, com amor possível, enquanto vivos." (Érico Veríssimo)

Cabe lembrar que a qualidade de vida de uma cidade, muito além de índices estatísticos, deve se refletir no dia a dia das pessoas que percorrem suas calçadas, que andam por suas ruas e utilizam os serviços públicos. Os Conselhos Municipais buscam contribuir para que todos tenham prazer e se sintam amparados pela cidade que os abriga.Que cada um faça a sua parte!

Pensando a velhice na cidade....

No exercício de cidadania, fortalecendo nossas práticas sociais através de projetos coletivos, vamos, paulatinamente conquistando melhorias.Sabemos que as conquistas são pequenas, mediante os cenários e contextos que precisam ser ajustados. Esperamos que as calçadas sejam revistas, que o trânsito se organize, que as pessoas que prestam atendimento no comércio assumam uma postura de tolerância e respeito....e esperamos muito mais. Aos poucos, vamos fazendo de nossos projetos, um projeto maior, sonhado por muitos, para que tenhamos uma cidade desejada por todos.

"Dentro de mim, lá no fundo, há reservas colossais de tempo..."(Drummond)

E assim, nosso poeta mineiro exprime o tempo vivido, o tempo que ultrapassa os anos e que se insere nas experiências de vida, nas dores sentidas, nas alegrias lembradas. São essas reservas de tempo, colossais, que permitem ao idoso/a guardar e carregar um pouco a história de todos nós. Sem o tempo guardado, não teríamos como reinventar a cidade, como reconhecer os lugares, como recuperar o vivido.

Por isso, nós, cidadãos, precisamos cuidar para que estas reservas de tempo sejam preservadas e cumpram sua missão de nos lembrar do que somos e do que fizemos. Para nos atualizar a identidade, para fazer valer a História. Cuidar de todos é um imperativo para que possamos mesmo fazer da cidade um lugar de morada, de abrigo, de aconchego.

Pensando a questão do ser velho....

Todo ser humano é um ser de projeto. Somos únicos no reino animal capazes de antecipar o curso de uma ação, "projetando" futuros. Longe de ser atividade específica de profissionais diplomados, todo ser humano tem seus sonhos, busca novas possibilidades. E esse exercício de projetar o futuro não se restringe a determinadas faixas etárias. Na verdade, o ser humano projeta todo o tempo, durante todo o seu viver.Estar na terceira idade não significa diminuição de projetos de vida. Isso pode ser constatado na luta permanente dos idosos/as pela garantia de qualidade de vida, pela segurança imprescindível no espaço público, pelo cumprimento de legislação específica. Os Conselhos Municipais do Idoso atestam este ser de projetos, que aprende a se exercitar como cidadão/ã, reivindicando seus direitos, solicitando melhorias e exigindo respeito. Nesses projetos sonhados juntos, vamos transformando, através da coletividade, posturas e tornando visíveis os sujeitos que antes nem eram ouvidos.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

E o espetáculo continua...


Jamenson, no Brasil, reforça a ideia do fim dos universais e o predomínio do singular, da performance. Até a arte sai do objeto como arte e se reduz(ou se amplia?) a um evento. Expôr-se é a palavra. Isso me faz notar no absurdo de não termos nos livrado nem melhorado, como humanos. Como em Roma, transformamos a luta, a violência em espetáculo e em fonte de riqueza material. Os lutadores ganham rios de dinheiro e a platéia, comovida, aplaude os socos no rosto. O nome disso agora é “esporte”e não se pode dizer nada contra. Afinal, “nossa, isso é antigo e chique há muito tempo nos EUA”. Pois é, desde Roma, que os imperadores agraciavam os súditos com a sua presença na arena.
É a espetacularização da violência, a performance de homens que se têm como valentes, fortes e esportistas!!! Caramba, homens fortes e valentes são os que lidam dia-a-dia para sobreviver, para manter o sonho, sem perder a ternura. Esses são os valentes e os fortes. Os que ouçam viver, apesar de todo o espetáculo da mediocridade da tal pós-modernidade.

Uma sensação de impotência...

Tento recapitular o que sei sobre avaliação. Julgamento, juízo de valor. Processo, caminho ou ponto de partida para tomada de decisões.É pela avaliação que buscamos o melhor, aprimorar um procedimento, redimensionar ações. Quando atrelada `quantificação, avaliar pode ser tornar mera classificação e então, a irracionalidade encobre o certo, o devido, o justo. No caso da Educação, avaliar como sinônimo de medição pode significar des-educação.

Escolas agora recebem notas. Pelo quê? Pelo número de processos administrativos, pelo número de aprovados-reprovados ...e o resultado disso se reflete nos holerites dos professores. Então, melhor calar, negar um fato, deixar de pedagogicamente discutir e ensinar alunos os percalços que às vezes eles mesmos provocam no espaço escolar. Que ninguém emita uma opinião, que os professores impeçam-se de trazer à aula o assunto que está no pátio, nos corredores, entre carteiras e alunos. E assim, dizem que estamos fazendo educação. Num Estado imbuído do todo poderoso Senhor da Avaliação é preciso o silêncio que consente o atroz, que sustenta o monólogo, que confere mediocridade ao papel do professor para a nota da escola seja mantida.
É...e dizem que estamos educando melhor, porque os professores, escolas e sistemas estão constantemente sendo avaliados. Resta saber que educação é essa, que sentido é esse de ser e estar professor. Por hora, apenas uma pesada sensação de que estamos sendo professores pela metade, estamos numa escola em ruínas.E mesmo assim, dizem que estamos fazendo educação.

domingo, 24 de julho de 2011

Caneta e papel... não mais necessários para o aprendizado da escrita?


Como dispensar caneta e papel, o pegar a caneta, entrelaçar os dedos, apoiar o pulso no apoio do papel....Traçar as letras, repetí-las e traçá-las uniformemente(ou não!). Escrever na linha, inconsciente calcular os espaços, colocar um ritmo, parar o movimento quando o pensar parece escapar. Reler o escrito e perceber que a mão corre mais que a palavra pretendida, engolir as letras, forçar a ponta e marcar o avesso do papel.

E o rabisco? Trocar uma palavra por outra, rasurando aquele pedaço. Ou simplesmente passar um traço em cima da palavra equivocada, mas deixando ali a sua marca para que saibam o que havia escapado pelos dedos.

E a caligrafia, não mais importa? Aprender os traços de cada letra, dominar o movimento preciso para se fazer um “a”ou um “s”. Escrever com a preocupação de ser entendido, lido e decifrado. Não mais se terá uma marca nesses traçados que nos fazem ser únicos pela letra traçada?

Pela perplexidade que me causou a notícia, devo estar ficando anacrônica, num tempo outro que não combina com essas manchetes. Reagi menos como professora e mais como uma apaixonada por letras, inclinações e traços.

Fico pensando que então, se as crianças de hoje não mais aprenderão a escrever usando papel e caneta, não saberão, mais tarde, o sabor dos bilhetes trocados com o amado que poderiam até dispensar a assinatura, porque a própria letra já seria a própria alcunha. Não mais reconhecerão o outro pela letra. Engraçado, sempre senti necessidade de conhecer a letra das pessoas. É uma maneira de apreendê-las um pouco mais. E agora, como será?

domingo, 17 de julho de 2011

Mais de mim....


Folhear antigas agendas, se deparar com velhas anotações de um tempo outro, em que meu corpo e meus sonhos estavam em outro lugar.Faxinar o vivido...revirar o tal baú-vida a partir de certas materialidades que, de repente, nos surgem. A menina que fui, o endereço que tinha, a letra ainda tremida dos primeiros passos dados como escrevente, como leitora, como alguém que começa a querer entender o mundo. Fico à procura do que sou naquilo que fui, do que ainda tenho em mim de um tempo em que não havia perdas nem dores reais. Cavo espaços, forço a memória e o que me vem é um álbum mal conservado de histórias que apenas se anunciavam, mas já repleta de lembranças. Ausências antes presentes, medos inexistentes e outros, tão inteiros em mim. Desfazer um espaço para construir outros, retomar o tempo, para continuar seguindo. Tarefas estranhas, silêncios imensos, chuvas torrenciais. É o tal tamanho da vida...às vezes feito de estreitezas, outras vezes, do tamanho do mundo.

sábado, 16 de julho de 2011

Ninguém sabe o tamanho da vida...II


E nem eu sei onde prá onde caminha o meu pensar. Por isso, apenas me deixo ir. Pensando ainda sobre a vida e seu tamanho. Sobre a pequenez que muitas vezes fazemos do viver, a estreiteza que as opções marcam esse baú feito de vida. Tamanhos minúsculos de um viver de labuta, de dores, de medos e de enganos. Tamanhos médios de vidas médias, cotidianas, feitas de trabalho e de algum prazer. Tamanhos imensos, de vidas intensas, de ar que falta numa imensidão de sentidos. Baús enormes, esbanjando alegrias; baús tão grandes quanto, derramando dores. Baús um pouco menores que carregam obrigações, que desperdiçam coragem e outros, menores, tímidos, compactos de medos.

O vida define o seu tamanho, aos poucos, pelas experiências, pela forma que inventamos de “estar-junto-com “ . Crianças modelam o que será o tamanho da vida, ajeitam com argila de exploração, com as possibilidades de mundo, com a amorosidade recebida que determina os arranjos de seu baú. Jovens redimensionam esse espaço, supervalorizam os lugares ainda vazios e acumulam desejos de ser, desejos de estar. Os adultos voltam a redimensionar o seu baú, escolhendo e re-escolhendo o seu percurso, investindo no instituído,buscando algum tipo de re-conhecimento deste estado de viver. Os velhos, ahhh, os velhos...Um baú gasto, vazios que se preenchem de lembranças, cantos desapegados de matéria. De longe, parece que o seu tamanho diminui, de perto, um baú expandido, feito de pedra e de água. Que se remodela permanentemente, que se cristaliza em seu entorno. Tesouro de sentidos, riqueza de detalhes, raridades nem sempre visíveis lá ficam em suas rugas, em seus passos lentos, em seus ouvidos seletivos.

O tamanho da vida? Sem régua, sem dimensão única.Tamanho impreciso.

“Ninguém sabe o tamanho da vida”


Foi assim que uma amiga terminou uma pequena mensagem para mim. Pois é, que tamanho tem a vida? Em termos de cronos, a vida tem uma duração, um limite e pode-se calcular a média desse viver cronológico. Mas, a vida, preenchida de Kairós, é misteriosa e por isso, instigante. Qual a dimensão do viver, qual o alcance dos encontros e das perdas? Qual o sentido da saudade e da paixão?Por quantas vezes pessoas passarão pelas nossas vidas? Há lugar para todas elas nesse caminho de vida? Das lembranças que ficam, há lembranças maiores ou menores?Dores mais fundas e dores equivocadas?

O tamanho da vida depende do lugar da morte nela. Da morte que espreita e que está a cada virada de esquina que damos. A morte que regula essa vida em tamanho.

Gosto de pensar a vida como um baú, aberto, escancarado que nos é oferecido para ali depositarmos nossas angústias, guardarmos nossos amores mais sensíveis, revirar reencontros, esconder desejos. Esse baú, tão sempre cheio de vazios a serem ocupados, de sonhos a serem realizados, de momentos para serem ainda vividos. Qual o tamanho do baú?Qual o tamanho da vida? Que fundo tem essa vida-baú que tudo cabe, que muito se perde, que algo se guarda com especial cuidado?

Fecho os olhos e penso nesse baú que está em mim...como o deserto está em Guimarães Rosa. Vislumbro-o revirado, desorganizado, avesso às gavetas e aos dispositivos organizadores. Mexo e remexo nele procurando o que não sei, deixando escapar o que me seria útil, mas pouco prazeroso. Vou nele para me reabastecer de....vida. Vida-baú que de tão aberta, torna-se inescapável a mim. Sim, há cantos meio escuros, outros pontos sem centro que me fazem ir por onde quero ou vou à esmo, tateando lugares, revendo espaços des-ocupados. O seu fundo inatingível, as perguntas que não serão respondidas...à espera de seu fechamento. Que não feche, que fique, que se embaralhe cada vez mais e que o colorido predomine sob o cinza de alguns dias. E assim, alma acolhida e refeita, meu baú vai aumentando...que tamanho tem a vida?

domingo, 10 de julho de 2011

O peso de ser ficção...


James Ellroy , João Ubaldo Ribeiro e outros...desconversam sobre literatura, e exibem sobre o seu modo de ser, de viver e se esforçam para se mostrarem excepcionais, com idéias loucas e pouco usuais, como se isso os fizesse especiais.Não, escrever bom texto, apresentar tramas bem armadas, fazer bom uso das palavras não podem ser suficientes para autorizar escritores a se mostrarem tão desdenhosos com a própria literatura e tão generosos consigo mesmos, principalmente quando se esforçam com uma disfarçada displicência. Melhor eles se apresentarem para nós apenas por meio do que escrevem....e que cada leitor construa a imagem do escritor que nos apraz. Que o feio, o arrogante, o covarde e o sarcástico que existem neles, fiquem ali, escondidos, esquecidos. Que deixem para nós a sua Literatura apenas. E que a Flip não se resuma a cultos personalísticos, mas à discussão e cultivo de idéias e de conceitos.Flip como espaço do sensivelmente compartilhado, mais do que lugar de exibicionismos que empobrecem e rasuram a Literatura. Não quero ouvir e nem ver meus autores preferidos. Melhor degustá-los pelas palavras que escrevem e pelos sentidos que eu, como leitora, deposito nelas.

domingo, 12 de junho de 2011

Dias de enamoramento...



O relógio bate meia-noite me lembrando que o aclamado Dia dos Namorados acabou. Ufa!!! Assim, não tenho que sentir que a data não diz respeito a longos casamentos. De repente, é data apenas para ser lembrada, percorrendo amores antigos que deram certo no passado. Dia dos namorados se finda agora com o sino da igreja que chega até minha janela, anunciando a entrada de uma segunda-feira de trabalho. E aí, como foi seu dia dos namorados? Uma amiga, espirituosa escreveu numa rede social que não tem que estar com índio, porque é dia de índio...e não tem que ter namorado, por causa da data também. Rindo, percebo que muitos adoraram a justificativa dada, como forma de escamotear o medo da solidão, a sensação de desamparo que viria neste dia. Pois é. Olhar para os lados, ler manchetes de revistas e jornais, acompanhar Fantástico e Domingo Espetacular são ações inescapáveis de domingo. E, em particular, neste, muitas histórias de amor foram contadas, músicas recantadas, olhares de filmes sessão da tarde. E é então que a gente se percebe meio fora do lugar, procurando o pedaço que falta, buscando as razões comerciais e as bobagens do mero consumo. Mas, na verdade, há uma ditadura da data que nos provoca a esperança de um presente, a certeza de alguma surpresa. Mesmo que faltem minutos para terminar o dia. E o presente não vem e nem a surpresa aparece. Que a gente aprenda a redesenhar as relações e fazer do namoro a relação que melhor nos encante, que mais nos enleve, que nos aqueça de alguma forma. Pode ser o encantamento por uma idéia, a firmeza de um sonho, o sutil traço de um caminho a seguir. Que algo nos provoque desejos, que alguma coisa nos desperte paixão, que o ofício que exercemos seja sagrado em toda a sua profanidade cotidiana.
Enamorar-se significa manter o encantamento, sentir-se tocado pelo outro. Que seja assim não apenas numa data marcada em calendário e tornada peregrinação em comércio. Que seja compromisso diário de quem vive amizades, de quem compartilha sonhos, de quem mantém a esperança em dias melhores. Que os sinos que ouvi sejam de anúncio de dias que comportam a semana. Dias de enamoramento, de encantamentos nos pequenos gestos, nas ações diárias de seres apaixonados pelo viver.Feliz dias de namorados!!!!

domingo, 5 de junho de 2011

Sobre Patrimônios Imateriais...



Sotaque da Mooca, jeito simplório de um mineiro, a ginga de um carioca, a musicalidade de um baiano. São modos singulares e únicos de se ser, de viver e que demonstram a diversidade bem-vinda de brasileiros. De repente, pela fragilidade de nossa memória e história, tornam-se “patrimônios imateriais”de nossa cultura. Uma maneira de preservar tais singularidades, um modo de apontar o quanto esses elementos são importantes para o nosso conteúdo e identidade culturais. Declarados patrimônios imateriais como cerca que tenta proteger a investida de modos globais de viver, destituindo o “único” que nos habita como brasileiros que somos. Não concebo, porém que estas declarações e decisões de uma política cultural, garantam a legitimidade dessas singularidades. O que legitima modos de ser, é o espaço conquistado, o espaço social garantidor desses modos de ser e de viver. Que a pasteurização fique longe, que os modismos não subtraiam as manifestações que singularizam um povo. Mais que patrimônios imateriais, são elementos constituintes de uma identidade que se conserva e se atualiza pelas ruas, pelos campos, pelos lugares de convivência entre diferentes.Isto é Brasil,uai sô!


Bombeiros e professores, vozes que não se ouvem, ofícios imprescindíveis. Como imaginar, aos modos de Ivan Illich, uma sociedade sem escolas e espaços urbanos sem o serviço dos bombeiros? Como conceber uma sociedade onde inexistem professores e bombeiros?Ambos, em suas especificidades, são importantes na medida em que traduzem um sentido de segurança às pessoas, de alguma certeza de que ainda é possível a convivência e a sobrevivência num mundo tão sedento de sentidos. Professores e bombeiros carregam consigo o símbolo do cuidado, da aposta na vida humana, no amparo às pessoas. Corpos que são salvos de dores, de aniquilamento. Almas que evitam o resfriado pelo cultivo de saberes. Profissões que deviam ser reverenciadas por qualquer dirigente, valorizadas e respeitadas pela diferença que fazem no bem-viver comunitário. No entanto, cenários atuais(ou de sempre) apontam o descaso e um tratamento ignóbil a estes dois segmentos preciosos de nossa sociedade.
Algo está de cabeça prá baixo, algo está fora de lugar. Será nosso juízo? Será a inversão de valores que esfrega estranhamentos em nós? Serão o exercício de poder e as picuinhas políticas que encobrem posturas ainda ditatoriais no país?
Como professora e como cidadã registro aqui minha indignação à forma como a sociedade(e somos todos nós!) (des)cuida de profissionais raros, imprescindíveis. Profissionais que merecem um salário suficiente para continuarem sua missão de segurança e amparo aos milhões de outros cidadãos. Que sejam respeitados, que sejam ouvidos, que sejam valorizados!

sábado, 4 de junho de 2011

PARA ALÉM DE UM GRUPO DE PESQUISA...UM ESPAÇO DE AFETO



Seria esperado que este texto retratasse a dinâmica de um grupo de pesquisa, a construção cuidadosa dos caminhos de uma investigação feita de maneira coletiva e democrática. Entretanto, sobre esse movimento investigativo, dialógico e coletivo artigos já foram publicados, elementos evidenciados e devidamente compartilhados em espaços formais de periódicos na área da educação.
Aqui, a proposta é refletir e registrar acerca de um grupo que se constitui afetivamente e preenche seus espaços de entre-pesquisas, em espaços de encontro com o outro. Palavras não apenas usadas para referenciar idéias, mas palavras que carregam o significado das pessoas, de suas histórias, de sua caminhada ao longo de tantos anos de trabalho em conjunto.
Por isso, ao pensar nesse grupo, esse texto se propõe a apresentar o intangível de sua produção nesses anos de pesquisa. Desde 2005, um grupo foi se formando com o objetivo de investigar , sob a batuta de Mere Abramowicz , questões atuais de currículo, tendo como foco as políticas públicas. Educadores, estudiosos e fazedores de educação, homens e mulheres que tem na PUC de SP o espaço de continuar seu vínculo, fortalecer seus saberes e demonstrar sua fecundidade teórica sobre currículo. São mestrandos, doutorandos e doutores que se reúnem mensalmente, mas que se articulam todo o tempo por meio de email de grupo para agilizar produção, conferir dados, compartilhar resultados parciais de pesquisa e para também, se desvelarem ultrapassando as próprias pesquisas em andamento. Eis o intangível, o que ultrapassa as formas da academia e do rigor epistemológico. O rigor que se construiu nesse grupo relaciona-se com o amparo e cuidado que todos têm com todos. O rigor das relações trabalhadas, dos afetos de bem-querência que surgem nas dificuldades, nas dores, nas perdas que ocorrem no decorrer dessas vidas tão singulares e diferentes, mas tão próximas na amorosidade e no respeito.
Um grupo constituído por pessoas que trabalham, pensam e vivem a Educação e, por isso, revestem seus contatos, seus recados, seus abraços e seus sorrisos em vestimentas de educadores. Porque, a cada email enviado, há um retorno efetivo de um, dois ou de todos os outros membros do grupo, respondendo, acarinhando, amparando a angústia, subvertendo a dor que se apresenta, respaldando incertezas, sorrindo com os sucessos de tantos. Há o mais tímido, o mais calado, mas mesmo esses, pelo silêncio, mostram a atenção e a cumplicidade. Há os que respondem , às vezes, tardiamente, e demonstram que mesmo assim, estão atentos ao grupo. Há os que são econômicos nas palavras, mas estas vêm fortes e precisas a quem se dirigem. Há os que poetizam o viver e tornam nosso e-group um espaço de beleza infinda. Há os que notificam suas dificuldades,traduzem momentos trágicos e nos alegram quando retornam inteiros e esperançados. Há os que, algumas vezes, se sentem invisíveis, e ao se sentir assim, se deixam dizer sobre essa sensação porque sabem que serão aceitos até em seus ímpetos de carência e de pedidos de socorro. Claro, deve haver algumas antipatias não ditas.Mas, até elas se relativizam diante do cotidiano da pesquisa e do movimento constante do grupo. Pois é, este grupo é assim.
Um grupo registrado no Cnpq, que muito produz. Artigos, livros, trabalhos em anais nacionais e internacionais, capítulos de livros. Porém, um grupo que vai além da lógica atual da pesquisa no país. E, exatamente por ir além dessa lógica produtivista dos órgãos governamentais, mantém sua vitalidade acadêmica. Ousadia dizer(e já ousando porque o grupo respaldará isso!) que o que sustenta o grupo ao longo desses anos não é o interesse pela pesquisa, mas o interesse pelas pessoas. Porque somos educadores, porque precisamos ser melhores para sempre melhorarmos nossas práticas educativas. E estar nesse grupo é um exercício permanente de aprender a ser melhor. Melhor na palavra escolhida, melhor na maneira de ouvir e dizer, melhor na delicadeza dos encontros de idéias nem sempre iguais, nem sempre as mesmas. Exercício de um estar-com, riqueza da oportunidade que as diferenças nos permitem reconhecer realidades diversas, de Estados e Municípios outros e que demonstram a complexidade do educar e dos desdobramentos que tais cenários trazem para a pesquisa. Pois é, este grupo é assim. Grande, amorosamente talhado na maneira de ser e de fazer educação de sua líder, que como educadora, nos acolhe e nos sustenta. Num movimento sutil, vamos aprendendo também a acolher e sustentar idéias e principalmente, pessoas. Pois é, este grupo é assim.

terça-feira, 31 de maio de 2011



Continuando o assunto... pensando em termos de currículo, o que os alunos apreendem e aprendem ao perceberem seus professores alijados do cardápio da escola? Como vêem o professor que não pode se sentar junto com eles, partilhar a comida, repartir o pão? Será que olham o mundo cindido e percebem que há desigualdade até na escola? Lugar de aprender, lugar de abertura de novas janelas, qual a paisagem que é apresentada aos alunos? Lugar de exclusão de professor? Escola feita de alunos com professores como meros coadjuvantes? Que mundo escolar está sendo construído? Há nessa proibição uma violência silenciosa que fere profundamente o que ainda talvez reste ao professor de alguma certeza de seu papel, de sua importância e responsabilidade na formação das novas gerações.
O que efetivamente está implicado nesse absurdo? Discursos que não traduzem as práticas de gestão. Escola como um não-lugar de professor. Alimentos para uns. Corpos negados. Mesquinharia e ignorância. Não reconheço a escola que me foi apresentada nessa conversa de professor. Desejaria que fosse mera história, completo engano. Gostaria que não fosse verdade, que me dissessem que é pegadinha, que os professores fazem suas refeições junto aos seus alunos, que o Estado garante esse direito aos seus tão mal-remunerados profissionais da educação. Que me acordem desse pesadelo, por favor!!!!

Dignidade aos professores!!!



Conversas de professor. Não apenas compartilhando-as na rádio, mas garantindo-as nas aulas. E foi num desses bons papos, muitas vezes, por meio de teóricos que pensam a educação e o currículo, que um cenário se apresentou. Aos poucos foi sendo desenhado, tomando corpo e indignação em mim. Como é possível as escolas proibirem seus professores de fazer suas refeições na própria escola? Que lógica é esta que desconsidera, nega corpo, saúde e necessidade de alimento dos professores? Que lógica é esta que despreza a presença do professor como parte e sujeito do processo educativo? Como exigir competência, compromisso e práticas decentes dos professores, se eles se percebem não-sujeitos da rotina de refeição da escola? Em algumas escolas, nem esquentar suas marmitas pode o professor. O que se desvela deste cenário? Afastemos as cortinas! Há nisso uma mensagem. Como um quadro de recados, o que se avista é “o que importa aqui é garantir alimentos para os alunos e só existe verba para eles. Os professores, coadjuvantes, não podem ser contabilizados nesse gasto em alimentação”. Junto a essa mensagem, podemos vislumbrar equívocos que colaboram com a desvalorização do magistério, com o desrespeito pelos professores apregoado em notícias diárias. Se nem em seu locus de trabalho o professor se percebe e se sente dignificado e cuidado, o que dizer ou esperar em termos de outros alimentos, menos palpáveis, intangíveis que preenchem a alma dos que ensinam?
Não adianta jingle em televisão clamando pelo valor e importância do professor, se as políticas públicas de gestão educacional não atentarem para o necessário cuidado para com os profissionais que garantem o funcionamento de suas escolas. Dignidade aos professores é o que devemos exigir!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

EDUCAÇÃO EM TEMPO DE FLUIDEZ...



Segundo Bauman, na contemporaneidade, um conjunto de evidências apontam para um tempo de paisagens provisórias nas relações humanas e no uso dos artefatos tecnológicos.Relações tornam-se mais leves, talvez superficializadas em momentos e corpos. Artefatos são descartados para que o modelo mais atual os substitua. E assim, vamos deletando pessoas, coisas e substituindo o velho pelo novo permanente. E a educação, nesse contexto de mundo líquido, em que as coisas e as pessoas passam por nós? Como a educação de configura numa era em que a fluidez também está na informação, rápida, superficial e abundante?
Como um colunista expôs há alguns anos, vivemos sedentos de conhecimento e saturados de informação. Nunca antes tivemos tantas possibilidades de saber o que acontece em lugares distantes, com pessoas tão diferentes e mesmo de outros tempos. São informações. Mas como transformar estas informações em conhecimento que faça sentido, que produza significados, que chega à raiz das coisas? Um lugar, a escola, ainda pode se constituir o único espaço possível para salvaguardar essa possibilidade de tratar a informação e cuidadosa e criticamente transformá-la em conhecimento.
É preciso que a escola resista às investidas desse caráter fluído do mundo que opera tempos e espaços outros. Por isso, a escola deve resguardar o direito de continuar-sendo o que sempre foi. Um lugar em que o silêncio, o bem-pensar sacralizem o diálogo e o encontro com os grandes pensadores do mundo. Escola que propicie redesenhos de identidades, que garanta o encantamento que o saber construído e reelaborado proporcionam ao ser humano. Escola de encontro de gerações que ousem a diferença, sujeitos que desconstroem certezas advindas do não-saber.
É preciso que o giz possa apagar as fórmulas, que as carteiras facilitem a mobilidade dos corpos, que o professor seja a referência para orientar o pensar e o descobrir. É preciso que a linguagem seja preservada e cuidada, que a emoção esteja também presente, que as mãos trabalhem as letras, que os olhos trabalhem as imagens e que todo o cenário seja um modo de resistir.
E, ao se resgatar a escola em sua perenidade, estaremos optando pela mudança deste lugar, pela resistência de continuar- sendo num mundo de fluidez.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Porque somos ainda sujeitos...



Rever pessoas, perceber seus movimentos diários e suas palavras tão próprias e sempre anunciadas.Um grupo de pesquisa nada previsível e por isso, tão enlaçado nestes anos todos. Num tempo de liquidez(em Bauman), a educação ainda resiste. Como foi dito, a morosidade dos processos de mudança na educação é uma forma de impedir a dispersão dos saberes, o desmanche das práticas seculares que ocupam os espaços escolares. É preciso mudar!E mudar, nesse momento, talvez seja mesmo continuar igual.E resistir!Pacientemente, sendo, apenas sendo escola. É preciso continuar.Como decisões que estabelecemos sem a certeza de sua eternidade, mas com a sensação de que, de alguma maneira, serão sim eternizadas em nós.

E mais uma vez, São Paulo...



Chuvas, batidas de carro, trânsito lento. Mesmo assim, sinto a cidade generosa comigo.Ali, entre estranhos, gosto de me sentir também uma estranha e me aventurar em passos de desconhecida. Mas, mesmo em sua imensidão ainda é possível virar uma esquina e se reconhecer em alguém que também ali está experimentando os mesmos espaços do anonimato. Isso me faz pensar nas trajetórias que escolhemos, nos rumos que tomamos por convicção ou nem tanto, mas que foram tomados e assumidos. Como currículo, como uma pesquisa projetada, como dados já colhidos. Como andar pela imensa SP, é assim também o percorrer uma pesquisa, uma reflexão. Surpresas que chegam, impactos que nos exigem novas lentes. E assim vamos dando conta de nossos projetos e de nossas reflexões. É preciso reconhecer o que vira a esquina.

domingo, 24 de abril de 2011

Passagem...



Renovar, ressuscitar, ressurgir. Significados do dia na palavra “páscoa”. O equívoco ou ilusão da morte, a certeza da continuidade, a volta. Vem-me a imagem de vulcão, aparentemente quieto que, de repente, solta suas lavas, espalha sua quentura e refaz os movimentos ao seu redor. Como Cristo, em seu exemplo de morte, porque de vida, se refaz inteiro e resignifica o viver de tantos. Páscoa é data, é ritual, é tradição. Mas Páscoa também simboliza o renascer, a refeitura de promessas, de sonhos, renovação de buscas. Uma passagem entre o antes e o depois e esse depois, ainda por vir, chegará com gosto de chocolate, de doce como para firmar a vontade que a vida se torne doce ou que possa ser adocicada sempre.




Páscoa é oportunidade de ressurgimento daquilo que não foi, do que aparentemente acabou. Que ressurjam os sonhos, que acordem as paixões, que os passos sejam retomados, que os caminhos se refaçam, que as luzes clareiem os cantos escuros e que as ondas voltem e quebrem na praia, em ritmos diversos. Que haja o renovar, o ressuscitar, o ressurgir do mesmo, porém, diferente em nós. Que os sonhos, os passos, as paixões retornem sempre.Que venham e se renovam os dias iguais, em suas diferentes manhãs.Que nós nos renovemos sempre para sermos o melhor que pudermos ser.




Que este domingo seja dia de desejo de travessia para lugares de afetos, de mundos compartilhados, de amores preservados. Feliz Páscoa!!!

domingo, 17 de abril de 2011

Desterritorializando a identidade...



Laerte, o competente senhor dos quadrinhos diários de jornais brasileiros resolve assumir modo de vestir, de se expressar femininos. Sim, de repente, ele se travestiu e publicizou seu desejo pela roupa, pelos acessórios, pela maquilagem. Interessante a coragem desse movimento transgressor de um homem que se apresenta mulher e vive como mulher, após anos de uma vida tipicamente masculina.Transgredir os limites, ir além do tradicional e do costume.Se permitir sair do conforto de ser e reterritorializar-se em outro gênero identitário. Continua sendo o mesmo, porém outro, em outra roupagem. E os seus dizeres acerca dessa experiência e dessa opção. Da delícia de ser mulher, de ter que se cuidar mais ao sair, da vaidade instalada e assumida.




Fico pensando nas opções que se tem hoje de se ser e de não se ser.Seja lá o que for, há a possibilidade do mutável e a identidade, provisoriamente (im)posta se desterritorializa e se refaz em outros espaços existenciais resignificados. Homens e mulheres, travestidos, itinerantes e provisórios. Chamam isso de modernidade líquida? Pós-modernidade? Modernidade tardia? Sem rótulos, num tempo de identidades nômades.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Professores no cyberespaço....


“Nunca o professor teve tanta chance de ser fundamental como mediador de informações dispersas”. É Marcelo Tás falando de professores e acerta ao afirmar que o computador é uma ferramenta de comunicação e deve ser explorada como tal. Penso que o computador é ferramenta de comunicação e de compartilhamento. Por ele, podemos, como professores, disponibilizar informações, exemplificar conceitos, encontrar aprendentes com vontade de saber. E, conforme nos alerta Ronaldo Lemos, surgem as denominadas “novas economias culturais” que são outras formas de circulação de culturas que podem ser detectadas pelo movimento das “periferias”que fazem remix, por exemplo, de músicas e imagens. São novas ferramentas digitais que promovem criações coletivas. “Compartilhamento é a própria natureza da criação”(Gilberto Gil) e o professor deve mesmo se apropriar dessas ferramentas para promover aprendizados coletivos, descobertas e cumplicidade na construção do conhecimento. Que a escola seja o chão de um modo efervescente de criação, de reconhecimento das verdades provisórias e de outras, que serão elaboradas. Não cabe nesta nova economia cultural a aridez dos saberes, as cópias sem fim, as obviedades dos conceitos. No novo cenário de educação, é preciso transgredir os espaços, utilizar vários tipos de texto para estabelecer o diálogo e facilitar a descoberta, outros pensares e possíveis novos caminhos epistemológicos. Somos, como professores, fundamentais na circulação de culturas. O que estamos esperando?

domingo, 10 de abril de 2011

O perigo da história única...

Brilhante e impactante palestra que nos leva a pensar o currículo como história que contamos.... http://www.ted.com/talks/lang/por_pt/chimamanda_adichie_the_danger_of_a_single_story.html

As diferenças entre nós...


Ouvindo Muniz Sodré afirmar que “as pessoas não são iguais nem desiguais, mas sim, singulares”, pensei no desafio do além do discurso. Nós, professores temos falado muito sobre o respeito às diferenças, à importância de considerarmos a escola como lugar de todos numa incursão pelo enfoque multiculturalista. Mas, ainda não sabemos como fazer realmente, no cotidiano escolar, a vivência nessa diferença pela via de novos espaços de tolerância. Sodré não resvalou seu discurso pela questão da tolerância. Porém, enfatizou o preconceito que é feito de automatismo, um automatismo que foi aprendido e que está, certamente, subentendido em nossas práticas curriculares.

Pensando sobre isso, qual o lugar da diferença em nossos currículos? Ainda no discurso, ocupando o espaço da fala, dos princípios ditados mais que vividos. A diferença e a sua aceitação não passam pela lógica nem pelo racional. A diferença está nos sentidos que vamos significando e construindo, no afeto estabelecido pelas relações. A diferença para Sodré, “é para ser sentida e desejada”. Mais que pensada ou teorizada, é preciso nos deslocar do preconceito pelo afeto. Porque, conforme ainda Sodré, “nós aprendemos o que afetivamente aceitamos”.E aí que eu incluo o conceito de tolerância com o diferente de mim, que tem o pleno direito de ser. Reconhecer isso na dinâmica escolar, está além de conteúdos e temas transversais a serem trabalhados pelos professores. Reconhecer o direito do outro de ser, significa instituir/legitimar as denominadas “economias invisíveis”feitas de trocas, de cooperação e de amorosidade do “fazer juntos” entre professores, professores e alunos. É quando essas economias invisíveis acabam ou enfraquecem no espaço escolar, que a violência pode tomar seu lugar e é aí que a diversidade se esvai.

Que as economias invisíveis sejam fortalecidas em nossos fazeres docentes para aprendermos a tolerância e reconhecimento do outro como direito à singularidade pura. Economias invisíveis num currículo pensado, feito e vivido pela diversidade.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Insistência necessária...


A escola está em luto.A escola em seu sentido universal carregada de significados, de tradição, de História. Sim, profanaram seu espaço, derramaram jarros de medo em seus corredores, escancararam as suas fendas. A escola está em estado de perplexidade, emudecida por tiros e sangue, por gritos e horrores. Lugar de magia, de sacralidade de saberes que são revisitados, de conceitos que são construídas, a escola hoje, em 7 de abril vê-se frágil frente ao inesperado do humano. Perguntas são feitas tendo o silêncio como resposta. A mídia se adianta proferindo palavras tão pouco refletidas, buscando culpados, apontando inseguranças e cobrando grades, detector de metais e a ausência de policiais num espaço que deve ser preenchido por alunos, aprendizes e professores. Não, a escola, como lugar de formação e de identidades precisa ser cuidada, resguardada e respeitada. Não deve precisar de policiais, mas de gente que ama o saber, a palavra, a leitura, a infância e a juventude. Os valores devem ser os guardiões da escola e a certeza de sua importância para a “gentificação”, como dizia Paulo Freire. Que não haja grades, que as paredes respirem alegria, que o chão seja ocupado pela dança, pela graça de caminhantes em busca do melhor. Que esse sangue não deixe rastro, que seja lavado por um potente produto de lucidez, de esperança jamais envelhecido. Que sejamos capazes de ultrapassar as dores, confiar nos anjos(tão jovens,tão no começo de suas vidas!!!!) que foram para outra dimensão.E que essa visão de portão escolar como lugar de desespero e medo, seja substituída pela vontade de garantir à escola a sua função social de formar gente. Gente que luta, gente que confia em gente, gente que se compadece de gente. Que este episódio seja vencido tangenciando nossa atenção para um cuidado maior com as crianças e jovens que estão nos espaços escolares, com suas diferenças, suas dores, às vezes, silenciosas. Que a perplexidade de hoje nos remeta a dias de cuidado com professores e professoras que, por vezes, sentem medo, angústia ou desconforto. Mas, que continuam e insistem, porque temos mesmo que insistir. Que continuemos a insistência de fazer da escola em luto, uma escola necessária à vida e importante para o exercício de construção de mundos e de sujeitos, de realidades e sonhos. Hoje a escola está em luto...E a escola aqui é toda a gente que trabalha em educação, que aposta nessa saga, que acredita em seu papel na formação humana. Que a insistência continue por meio de nossos projetos, de novos procedimentos, de posturas renovadas frente aos saberes e frente a esse mundo em desalinho. Que continue, nossa escola, mesmo em luto, a transformar essa dor em uma certeza ainda maior da importância desse espaço para entender as imprevisibilidades humanas, para develar o escuro, para recriar na luz. Como diz o poeta, “mesmo que sangre, mesmo que doa...”

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Redes sociais...lugar de ser



"Quero perceber tudo com calma mesmo em meio a correria, sentir que a vida é quente mesmo quando se diz fria, fazer da vida um canto mesmo sem melodia, amar as pessoas sendo elas João ou Maria." Mena Moreira

E é por isso que as redes sociais fazem tanto sucesso. São espaços de compartilhamento do que pensamos, do que sentimos, do que estejamos sendo...Alguns fazem dessas redes um simples modo de exibição. Mas muito, demasiados, estão nelas para se sentirem menos solitários, mais amalgamados, menos dispersos num mundo fácil de solidão. Muitas vezes percebi o medo que as pessoas têm de se incluírem em uma rede social e não serem lidas, nem comentadas ou percebidas. Isso me incomoda, porque ignorar o outro, que se apresenta em palavras, se expõe em imagens é mais uma maneira de não aproveitar a possibilidade do encontro, da escuta que o outro nos traz. Que as redes sociais, virtuais por natureza, sejam quentes, sejam acalanto, sejam lugares de amparo às idéias, às volúpias, aos enredos ainda sem música. Vamos fazer junto isso. Não para aparecer, não para se mostrar o que não se é, mas, para sermos juntos...alguma coisa melhor do que somos, quando estamos sós. Sem corpos, mas com olhos sensíveis para acolher as palavras que nos são dadas, para dizer o que em outro lugar não seria tão fácil. Redes sociais, espaços virtuais que podem nos resgatar o mais humano de nossa condição...A condição de sermos sempre Outro do outro. Não cabe o bisbilhotar nessas redes, não cabe o mutismo de tantos. Cabe sim a vontade de estar junto, de compartilhar, sendo João ou Maria. Sendo-com-o-outro, sempre.


Por isso, estou nesse espaço, entre duas poetas.




"Danço, rodopio e não penso, pois somente as sensações podem prevalecer. Que importa como me analisam, se com esses movimentos enriqueço o meu viver?! (fragmentos da poesia "Vivo a Dança" de Rosana Nóbrega)"

terça-feira, 29 de março de 2011

Escola não tem ponto final...


Nem para os que trabalham nela, nem para os que por ela passam. Todos carregamos em nós lembranças de escola, momentos bons e momentos de dor sentidos em algum recreio ou em alguma situação de sala de aula. É, escola é pura reticência feita de pensamentos que caminham conosco para casa, de afetos que nos acompanham pela vida, de medos e incertezas registrados em cadernos. Escola não tem mesmo ponto final.Porque não acaba no instante do sinal , no fim do período. Ela continua em nós no que sabemos, em nosso aprendizado e até e muito mais talvez, no que desaprendemos. Escola é a reticência que está presente em nossa identidade mutante, em nossas amizades perdidas e em outras, guardadas e cuidadas. Escola tem reticência. E é essa reticência que garante a sua continuidade, a sua sobrevivência num tempo de internet, de tecnologias avançadas, de encontros virtuais. Escola-reticente será um pleonasmo? Pode ser....reforça o sentido de atualização constante, de efervescência de saberes provisórios, do novo que surge com a presença de outras gerações que ocupam os lugares de aprendizes. Reticentes sempre também.... Escola , como a vida, não tem ponto final...Mesmo que seus portões fechem, mesmo que as janelas não se abram, há ali, um sentido difícil de ser mensurado. Sentido jamais perdido. Como a vida, escola se eterniza nas reticências. Sem ponto final...

quarta-feira, 23 de março de 2011

Primeiro sonhamos...depois, dormimos.


Ouvi isso hoje.Veio de uma música que Maria Gadú canta(ou declama?).E fiquei pensando nos sonhos que vêm antes do adormecer. Dos sonhos que nos mantém acordados. E é por eles que a vigília acontece e perdura, em instantes muitos de esperança, de tentativas, de erros, de buscas. Sim, sonhamos para manter a vida inteira-plena borbulhando em dores, em prazeres, em alegrias e em amores. Só após tanta vigília, tanta atenção nesse viver em sonhos que ousamos fechar os olhos. E dormimos para garantir o intervalo necessário aos sonhos. Para que eles se recuperem de nós e sobrevivam a nós e continuem sempre sonhados. Dormir, então é apenas uma forma de deixarmos nossos sonhos quietos, apaziguados por algumas horas. E quando abrimos os olhos, estão lá, os sonhos. Sonhos nos chamando para a lida diária de vivê-los. Primeiro sonhamos...e depois, dormimos.

domingo, 20 de março de 2011

Noite de poetar...

Poetar era o verbo convidando para a festa. E foi poetando que começaram a chegar, transformando todo o espaço branco e vermelho em espaço de prosa, de verso, de beijos, risos e afagos. Colegas, feito amigos por convivência e afinidade, vieram, embrulhados em presente. É, porque cada um que entrava, parecia expor uma fita prá ser desenlaçada num abraço. E foi assim que poetamos. Noite regada de lua cheia e chão ainda molhado pela chuva que se ofereceu, um pouco antes, para refrescar os passos. Poetamos assim, devagar e com barulho de vozes que se misturavam.
Em cima da mesa, junto com bolo, cervejas, refrigerantes e caipirinhas deixaram, quando foram embora, um baú de palha. Um baú feito de poesias. Nele se tocaram Manoel de Barros, Gildes Bezerra, Drummond, Pessoa...Com aromas, cores e texturas diferentes, as poesias dizendo mais que discursos, acalentando além das palavras, o baú foi aberto e reaberto muitas e muitas vezes. Lido, relido, revisto, sentido.
Poetar era o verbo do convite. Poetar continuou o verbo do encontro. Poetar agora como verbo da lembrança. E é poetando que agradeço os amigos que tenho, as pessoas que admiro e todos que quero tão bem. Quero poetar mais, quero poetar sempre e quero tudo isso num baú de palha.

terça-feira, 15 de março de 2011

Mais alunos...de novo professora

Comecei o ano letivo hoje.Fileiras de azul contrastando com as paredes brancas, quadro branco, cabeças descobertas. Olhares de indagação na dúvida entre levar a sério ou simplesmente se deixar ficar ouvindo a professora.
Nomes, diversos.Lugares, distantes.Vêm de todos os lados. Do nordeste, tentando entender porque aqui o mar é o nosso céu. Da capital maior do país, sentindo-se morando no mato. Do Vale, deixando o Paraíba e apreendendo o Sapucaí.Garotos, com cara e jeito de garotos. Garotas com voz e charme de garotas. Novinhos, vitoriosos,ansiosos. Falam baixo, se expressam ainda com certo temor. Mas há vivacidade no olhar e talvez algum susto. Humanas num curso de engenharia? Pois é.Cá estou e terei que garantir que aquelas horas sejam momentos de algum aprendizado. Também tenho meus temores.Temor de não ter um tom que soe bem a esses ouvidos jovens. Temor de nada ensinar. Temor que essas horas sejam sentidas pesadamente para esses garotos e garotas. Temor da minha letra que fica feia quando escrevo com pincel.
Pego meus temores, guardo minhas impressões, registro os rostos e levo comigo todos os olhos.E tento me fazer professora. Por mais algumas horas, sei que ali sentirei o prazer de sempre. Bem-vindos à escola!!!!!!

domingo, 13 de março de 2011

Sinos de domingo...

Pois é...como parece mesmo que o ano só começa após o carnaval, aqui em casa há um movimento de resgatar coisas, re-conhecer móveis e recolocá-los em outros espaços. E foi assim que surgiram, neste domingo de meio-sol, dois sinos, achados em lugares distintos,que tratados, deixaram o tom acinzentado e voltaram ao brilho dourado.
E o que tem os tais sinos? São de tamanhos diferentes, emitem sons que não coincidem entre si e estão juntos agora, num patamar da escada. Ao passar por eles, pensei que poderiam ser mãe e filha ou pai e filho, ou mãe e filho ou pai e filha.Poderiam ser professor e aluno, amantes, amigos, namorados. Que tendência às obviedades!!!
Sinos assim, de tamanhos diferentes, de sons peculiares e afinados(lembra do texto “Afinidades”?Pois é...conversam e se entendem até no silêncio e na distância).
Sinos que me levam a pensar nos sons que emitimos, muitas vezes de maneira destoante de outros sinos. Os pares que se formam, os duetos que de repente se perdem e, por ficarem separados, podem não mais soar, desfazendo-se do sentido de sinos que tinham antes. Vozes que sozinhas perdem o tom. Se perdem, tentam outros sinos, ensaiam outros sons enquanto aquele sino, que forma o dueto, não retorna prá dourar os dias.Esperam em desafino.

terça-feira, 8 de março de 2011

Dia da Mulher...

Todo dia é dia de ser mulher. E nas esquinas, estreitas ou largas, vazias ou repletas, encontramos mulheres de formas diferentes, ritmos próprios de seu viver. Nos reconhecemos nas conquistas, nas dores, nos amores perdidos, nas lembranças apagadas. Pois é...reconhecemo-nos. E ao pensar essas mulheres e ao ler tanto sobre mulher hoje em blogs, jornais, colunas independentes, nas redes sociais etc, só consigo lembrar de uma amiga querida, que faz anivérsário nesse 8 de março. E é nela que concebo o palco desta data. Fernanda, brincando, subindo e descendo morros em Lambari. Fernanda adolescente em Itajubá, corajosamente grávida e que se fez mãe(e que mãe!!!) tão antes de nós. Fernanda linda, alta e de uma risada única e de muitas lágrimas sentidas. Fernanda de mil prendas que muitas vezes buscou amores em esquinas vazias, mesmo quando nem percebia que era ela a responsável pela alegria de tantas e tantas outras esquinas.Fernanda , nascida em 8 de março. Eu só me atrevo a dizer algo desta data, porque foi aí que ela veio para nós...E, mesmo longe, mesmo calada, sei que deve ainda conservar o melhor e sei que Fernanda, continua sua caminhada protegida e amparada por muitos que torcem prá que ela seja amada,querida, valorizada pela guerreira que é. Mulher , seu dia é porque Fernanda sopra velas e nós, daqui, continuamos  batendo palmas para uma vida corajosamente assumida e que levamos em rascunho.Parabéns pelo seu dia, Mulher!!!!

sexta-feira, 4 de março de 2011

Folia...que venha!!!

Do jeito que for!!!

Uma folia feita de confetes e serpentinas acompanhadas de muita música.
Uma folia de descanso e silêncio.
Um a folia para reencontrar amigos, conferir passeios e detalhar descobertas.

Que venha!!!!

quinta-feira, 3 de março de 2011

Mais um ano....

Um bilhete, apontando ternura, solidariedade e transcendência frereianas em 2009. Mesmo que seja mera conveniência, reiniciar o viver exige ritual, concentração, rascunhos de desejos refeitos. E que seja, não apenas mais um ano, mas que seja UM ANO diferente, pleno e possível e que os sonhos caibam nele.E neste ritual, um blog para acompanhar as viradas que farei em esquinas que encontrar e para postar pensares meus e de tantos outros que ousarem compartilhar comigo esse espaço.

Retomando o espaço...

Após um tempo em que meus pensares ficaram fixados em uma única esquina, retomo a vontade de seguir adiante em busca de outras ruas e novos caminhos.Sei que em alguma virada, poderei ficar mais do que deveria ou menos do que suportaria.Não importa, manterei algum movimento e meus pensares me ajudarão nos passos.

Bem-vindo...