quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
Ensaiando um balanço...
terça-feira, 15 de novembro de 2011
MARINA, MINHA IRMÃ...
Bife acebolado que jamais comeremos outro igual. A cozinha na hora da bala de côco sendo esticada, cortada e comida ainda quente. O bolo sendo confeitado e as línguas de fora à espera do suspiro decorado desmanchando nas bocas famintas de doce.
Férias, portas e janelas todo o tempo abertas, os passeios de bicicleta, o trajeto até a piscina, com bóias de pneus, as festas de final de ano, os porres tomados e as ressacas tratadas.
As histórias bem contadas, os risos provocados, o jeito solto de conversar e de falar bobagens, os tocos de cigarro em todos os cantos da casa. As atitudes transgressoras, as travessuras, a coragem, as costuras, os cortes de cabelo, as sacolas de compras quando chegava de São Paulo.
Lembranças...feitas de tantas imagens, de tantas histórias que preenchem a infância de tantos que aqui hoje estão. Lembranças de lambari. Mas uma Lambari de um certo modo. Lambari da casa da Tia Marina e do Tio Haroldo.
E cá estamos novamente...comemorando mais uma matriarca, dessa família feita de mulheres fortes, corajosas, resistentes. Estamos aqui, mais uma vez com tudo misturado, nossas histórias, nossas diferenças e nossa imensa vontade (acho que pouco dita)de simplesmente estar juntos. E torcendo para que nossos filhos e os filhos de nossos filhos continuem vivendo essa coisa gostosa e indescritível de família...
Bifes, bolos, balas, festas, passeios, risadas, histórias e dramas são alguns dos muitos prazeres que Tia Marina nos propiciou. A acolhida sempre alegre, a forma tranqüila com que comandava o caos na casa que a gente fazia de acampamento de férias...
Ao indagar sobre o que poderia comprar de presente prá Tia Marina, Lelena disse: escreva aquelas coisas bonitas prá ela. Não sei se consigo...porque as coisas bonitas, foram vividas e estão aqui, em cada um de nós, nas lembranças que temos, nas histórias que compartilhamos e que só família é capaz de entender.
E este ano, de repente, tornou-se o ano de comemorações. Espero que mamãe e “Marina minha irmã”, entendam que nós, filhos e filhas, sobrinhos e sobrinhas, netos e netas, queríamos mesmo dizer a vocês o tanto que vocês nos ensinaram e o tanto que somos agradecidos por terem nos proporcionado tanto em carinho, em atenção, em cuidado e em amor.
Tia Marina, Marina, Marina minha irmã... Quem nos presenteia é você. Que nos ensinou a rir, a ter leveza no viver, a simplificar as horas. A gente está aqui prá receber esse presente e dizer o tanto que a gente gosta de estar aqui. Mais uma lembrança prá ser cuidada, guardada e rememorada em outros encontros que certamente faremos.
Marina, Morena Marina...desculpe, mas faça o favor, você já é bonita com o que Deus te deu...
E vamos comemorar!!!!
Beijos
Rita...nov/2011
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Cidade que cuida...
Uma cidade cuidadosa significa ocupar ruas e esquinas com olhares mais atentos, com atitudes mais gentis respeitando os ritmos e os passos de pessoas diversas. Fazer de uma cidade, uma cidade cuidadosa, é o que os Conselhos Municipais do Idoso desejam. Ou seja, que cada um de nós, co-autores da cidade, nos coloquemos como guardiões do bem-estar de todos. Que, ao andarmos pelas ruas, olhemos com atenção e cuidado, principalmente aqueles que precisam de proteção e segurança, auxiliando travessias, abrindo espaço para passagens, alertando para os prováveis perigos que possam surgir.
Cuidar das reservas colossais de tempo que nossos/as idosos/as carregam é como cuidar do que seremos. Por isso, que as cidades se convertam em cidades cuidadosas! Mesmo com sua problemática aparentemente sem solução(passeios, trânsito, falta de policiamento), podemos, nós, cidadãos, reafirmar o nosso jeito mineiro de ser. Um jeito de fazer da cidade uma cidade para todos. Homens e mulheres, crianças e idosos que, imbuídos de uma ética do cuidado, façam, das cidades, um espaço em que a solidariedade seja a sua principal paisagem. Olhando uns pelos outros, pelas reservas colossais de tempo e por uma cidade cuidadosa!
"Na minha opinião, o que importa não é homenagear os mortos, levando-lhes regularmente flores às sepulturas, pois isso é formal e fácil. O que me parece de maior importância é tratá-los bem, com amor possível, enquanto vivos." (Érico Veríssimo)
Cabe lembrar que a qualidade de vida de uma cidade, muito além de índices estatísticos, deve se refletir no dia a dia das pessoas que percorrem suas calçadas, que andam por suas ruas e utilizam os serviços públicos. Os Conselhos Municipais buscam contribuir para que todos tenham prazer e se sintam amparados pela cidade que os abriga.Que cada um faça a sua parte!
Pensando a velhice na cidade....
No exercício de cidadania, fortalecendo nossas práticas sociais através de projetos coletivos, vamos, paulatinamente conquistando melhorias.Sabemos que as conquistas são pequenas, mediante os cenários e contextos que precisam ser ajustados. Esperamos que as calçadas sejam revistas, que o trânsito se organize, que as pessoas que prestam atendimento no comércio assumam uma postura de tolerância e respeito....e esperamos muito mais. Aos poucos, vamos fazendo de nossos projetos, um projeto maior, sonhado por muitos, para que tenhamos uma cidade desejada por todos.
"Dentro de mim, lá no fundo, há reservas colossais de tempo..."(Drummond)
E assim, nosso poeta mineiro exprime o tempo vivido, o tempo que ultrapassa os anos e que se insere nas experiências de vida, nas dores sentidas, nas alegrias lembradas. São essas reservas de tempo, colossais, que permitem ao idoso/a guardar e carregar um pouco a história de todos nós. Sem o tempo guardado, não teríamos como reinventar a cidade, como reconhecer os lugares, como recuperar o vivido.
Por isso, nós, cidadãos, precisamos cuidar para que estas reservas de tempo sejam preservadas e cumpram sua missão de nos lembrar do que somos e do que fizemos. Para nos atualizar a identidade, para fazer valer a História. Cuidar de todos é um imperativo para que possamos mesmo fazer da cidade um lugar de morada, de abrigo, de aconchego.
Pensando a questão do ser velho....
Todo ser humano é um ser de projeto. Somos únicos no reino animal capazes de antecipar o curso de uma ação, "projetando" futuros. Longe de ser atividade específica de profissionais diplomados, todo ser humano tem seus sonhos, busca novas possibilidades. E esse exercício de projetar o futuro não se restringe a determinadas faixas etárias. Na verdade, o ser humano projeta todo o tempo, durante todo o seu viver.Estar na terceira idade não significa diminuição de projetos de vida. Isso pode ser constatado na luta permanente dos idosos/as pela garantia de qualidade de vida, pela segurança imprescindível no espaço público, pelo cumprimento de legislação específica. Os Conselhos Municipais do Idoso atestam este ser de projetos, que aprende a se exercitar como cidadão/ã, reivindicando seus direitos, solicitando melhorias e exigindo respeito. Nesses projetos sonhados juntos, vamos transformando, através da coletividade, posturas e tornando visíveis os sujeitos que antes nem eram ouvidos.
terça-feira, 30 de agosto de 2011
E o espetáculo continua...
Uma sensação de impotência...
domingo, 24 de julho de 2011
Caneta e papel... não mais necessários para o aprendizado da escrita?
Como dispensar caneta e papel, o pegar a caneta, entrelaçar os dedos, apoiar o pulso no apoio do papel....Traçar as letras, repetí-las e traçá-las uniformemente(ou não!). Escrever na linha, inconsciente calcular os espaços, colocar um ritmo, parar o movimento quando o pensar parece escapar. Reler o escrito e perceber que a mão corre mais que a palavra pretendida, engolir as letras, forçar a ponta e marcar o avesso do papel.
E o rabisco? Trocar uma palavra por outra, rasurando aquele pedaço. Ou simplesmente passar um traço em cima da palavra equivocada, mas deixando ali a sua marca para que saibam o que havia escapado pelos dedos.
E a caligrafia, não mais importa? Aprender os traços de cada letra, dominar o movimento preciso para se fazer um “a”ou um “s”. Escrever com a preocupação de ser entendido, lido e decifrado. Não mais se terá uma marca nesses traçados que nos fazem ser únicos pela letra traçada?
Pela perplexidade que me causou a notícia, devo estar ficando anacrônica, num tempo outro que não combina com essas manchetes. Reagi menos como professora e mais como uma apaixonada por letras, inclinações e traços.
Fico pensando que então, se as crianças de hoje não mais aprenderão a escrever usando papel e caneta, não saberão, mais tarde, o sabor dos bilhetes trocados com o amado que poderiam até dispensar a assinatura, porque a própria letra já seria a própria alcunha. Não mais reconhecerão o outro pela letra. Engraçado, sempre senti necessidade de conhecer a letra das pessoas. É uma maneira de apreendê-las um pouco mais. E agora, como será?
domingo, 17 de julho de 2011
Mais de mim....
Folhear antigas agendas, se deparar com velhas anotações de um tempo outro, em que meu corpo e meus sonhos estavam em outro lugar.Faxinar o vivido...revirar o tal baú-vida a partir de certas materialidades que, de repente, nos surgem. A menina que fui, o endereço que tinha, a letra ainda tremida dos primeiros passos dados como escrevente, como leitora, como alguém que começa a querer entender o mundo. Fico à procura do que sou naquilo que fui, do que ainda tenho em mim de um tempo em que não havia perdas nem dores reais. Cavo espaços, forço a memória e o que me vem é um álbum mal conservado de histórias que apenas se anunciavam, mas já repleta de lembranças. Ausências antes presentes, medos inexistentes e outros, tão inteiros em mim. Desfazer um espaço para construir outros, retomar o tempo, para continuar seguindo. Tarefas estranhas, silêncios imensos, chuvas torrenciais. É o tal tamanho da vida...às vezes feito de estreitezas, outras vezes, do tamanho do mundo.
sábado, 16 de julho de 2011
Ninguém sabe o tamanho da vida...II
E nem eu sei onde prá onde caminha o meu pensar. Por isso, apenas me deixo ir. Pensando ainda sobre a vida e seu tamanho. Sobre a pequenez que muitas vezes fazemos do viver, a estreiteza que as opções marcam esse baú feito de vida. Tamanhos minúsculos de um viver de labuta, de dores, de medos e de enganos. Tamanhos médios de vidas médias, cotidianas, feitas de trabalho e de algum prazer. Tamanhos imensos, de vidas intensas, de ar que falta numa imensidão de sentidos. Baús enormes, esbanjando alegrias; baús tão grandes quanto, derramando dores. Baús um pouco menores que carregam obrigações, que desperdiçam coragem e outros, menores, tímidos, compactos de medos.
O vida define o seu tamanho, aos poucos, pelas experiências, pela forma que inventamos de “estar-junto-com “ . Crianças modelam o que será o tamanho da vida, ajeitam com argila de exploração, com as possibilidades de mundo, com a amorosidade recebida que determina os arranjos de seu baú. Jovens redimensionam esse espaço, supervalorizam os lugares ainda vazios e acumulam desejos de ser, desejos de estar. Os adultos voltam a redimensionar o seu baú, escolhendo e re-escolhendo o seu percurso, investindo no instituído,buscando algum tipo de re-conhecimento deste estado de viver. Os velhos, ahhh, os velhos...Um baú gasto, vazios que se preenchem de lembranças, cantos desapegados de matéria. De longe, parece que o seu tamanho diminui, de perto, um baú expandido, feito de pedra e de água. Que se remodela permanentemente, que se cristaliza em seu entorno. Tesouro de sentidos, riqueza de detalhes, raridades nem sempre visíveis lá ficam em suas rugas, em seus passos lentos, em seus ouvidos seletivos.
O tamanho da vida? Sem régua, sem dimensão única.Tamanho impreciso.
“Ninguém sabe o tamanho da vida”
Foi assim que uma amiga terminou uma pequena mensagem para mim. Pois é, que tamanho tem a vida? Em termos de cronos, a vida tem uma duração, um limite e pode-se calcular a média desse viver cronológico. Mas, a vida, preenchida de Kairós, é misteriosa e por isso, instigante. Qual a dimensão do viver, qual o alcance dos encontros e das perdas? Qual o sentido da saudade e da paixão?Por quantas vezes pessoas passarão pelas nossas vidas? Há lugar para todas elas nesse caminho de vida? Das lembranças que ficam, há lembranças maiores ou menores?Dores mais fundas e dores equivocadas?
O tamanho da vida depende do lugar da morte nela. Da morte que espreita e que está a cada virada de esquina que damos. A morte que regula essa vida em tamanho.
Gosto de pensar a vida como um baú, aberto, escancarado que nos é oferecido para ali depositarmos nossas angústias, guardarmos nossos amores mais sensíveis, revirar reencontros, esconder desejos. Esse baú, tão sempre cheio de vazios a serem ocupados, de sonhos a serem realizados, de momentos para serem ainda vividos. Qual o tamanho do baú?Qual o tamanho da vida? Que fundo tem essa vida-baú que tudo cabe, que muito se perde, que algo se guarda com especial cuidado?
Fecho os olhos e penso nesse baú que está em mim...como o deserto está em Guimarães Rosa. Vislumbro-o revirado, desorganizado, avesso às gavetas e aos dispositivos organizadores. Mexo e remexo nele procurando o que não sei, deixando escapar o que me seria útil, mas pouco prazeroso. Vou nele para me reabastecer de....vida. Vida-baú que de tão aberta, torna-se inescapável a mim. Sim, há cantos meio escuros, outros pontos sem centro que me fazem ir por onde quero ou vou à esmo, tateando lugares, revendo espaços des-ocupados. O seu fundo inatingível, as perguntas que não serão respondidas...à espera de seu fechamento. Que não feche, que fique, que se embaralhe cada vez mais e que o colorido predomine sob o cinza de alguns dias. E assim, alma acolhida e refeita, meu baú vai aumentando...que tamanho tem a vida?
domingo, 10 de julho de 2011
O peso de ser ficção...
domingo, 12 de junho de 2011
Dias de enamoramento...
Enamorar-se significa manter o encantamento, sentir-se tocado pelo outro. Que seja assim não apenas numa data marcada em calendário e tornada peregrinação em comércio. Que seja compromisso diário de quem vive amizades, de quem compartilha sonhos, de quem mantém a esperança em dias melhores. Que os sinos que ouvi sejam de anúncio de dias que comportam a semana. Dias de enamoramento, de encantamentos nos pequenos gestos, nas ações diárias de seres apaixonados pelo viver.Feliz dias de namorados!!!!
domingo, 5 de junho de 2011
Sobre Patrimônios Imateriais...
Algo está de cabeça prá baixo, algo está fora de lugar. Será nosso juízo? Será a inversão de valores que esfrega estranhamentos em nós? Serão o exercício de poder e as picuinhas políticas que encobrem posturas ainda ditatoriais no país?
Como professora e como cidadã registro aqui minha indignação à forma como a sociedade(e somos todos nós!) (des)cuida de profissionais raros, imprescindíveis. Profissionais que merecem um salário suficiente para continuarem sua missão de segurança e amparo aos milhões de outros cidadãos. Que sejam respeitados, que sejam ouvidos, que sejam valorizados!
sábado, 4 de junho de 2011
PARA ALÉM DE UM GRUPO DE PESQUISA...UM ESPAÇO DE AFETO
Aqui, a proposta é refletir e registrar acerca de um grupo que se constitui afetivamente e preenche seus espaços de entre-pesquisas, em espaços de encontro com o outro. Palavras não apenas usadas para referenciar idéias, mas palavras que carregam o significado das pessoas, de suas histórias, de sua caminhada ao longo de tantos anos de trabalho em conjunto.
Por isso, ao pensar nesse grupo, esse texto se propõe a apresentar o intangível de sua produção nesses anos de pesquisa. Desde 2005, um grupo foi se formando com o objetivo de investigar , sob a batuta de Mere Abramowicz , questões atuais de currículo, tendo como foco as políticas públicas. Educadores, estudiosos e fazedores de educação, homens e mulheres que tem na PUC de SP o espaço de continuar seu vínculo, fortalecer seus saberes e demonstrar sua fecundidade teórica sobre currículo. São mestrandos, doutorandos e doutores que se reúnem mensalmente, mas que se articulam todo o tempo por meio de email de grupo para agilizar produção, conferir dados, compartilhar resultados parciais de pesquisa e para também, se desvelarem ultrapassando as próprias pesquisas em andamento. Eis o intangível, o que ultrapassa as formas da academia e do rigor epistemológico. O rigor que se construiu nesse grupo relaciona-se com o amparo e cuidado que todos têm com todos. O rigor das relações trabalhadas, dos afetos de bem-querência que surgem nas dificuldades, nas dores, nas perdas que ocorrem no decorrer dessas vidas tão singulares e diferentes, mas tão próximas na amorosidade e no respeito.
Um grupo constituído por pessoas que trabalham, pensam e vivem a Educação e, por isso, revestem seus contatos, seus recados, seus abraços e seus sorrisos em vestimentas de educadores. Porque, a cada email enviado, há um retorno efetivo de um, dois ou de todos os outros membros do grupo, respondendo, acarinhando, amparando a angústia, subvertendo a dor que se apresenta, respaldando incertezas, sorrindo com os sucessos de tantos. Há o mais tímido, o mais calado, mas mesmo esses, pelo silêncio, mostram a atenção e a cumplicidade. Há os que respondem , às vezes, tardiamente, e demonstram que mesmo assim, estão atentos ao grupo. Há os que são econômicos nas palavras, mas estas vêm fortes e precisas a quem se dirigem. Há os que poetizam o viver e tornam nosso e-group um espaço de beleza infinda. Há os que notificam suas dificuldades,traduzem momentos trágicos e nos alegram quando retornam inteiros e esperançados. Há os que, algumas vezes, se sentem invisíveis, e ao se sentir assim, se deixam dizer sobre essa sensação porque sabem que serão aceitos até em seus ímpetos de carência e de pedidos de socorro. Claro, deve haver algumas antipatias não ditas.Mas, até elas se relativizam diante do cotidiano da pesquisa e do movimento constante do grupo. Pois é, este grupo é assim.
Um grupo registrado no Cnpq, que muito produz. Artigos, livros, trabalhos em anais nacionais e internacionais, capítulos de livros. Porém, um grupo que vai além da lógica atual da pesquisa no país. E, exatamente por ir além dessa lógica produtivista dos órgãos governamentais, mantém sua vitalidade acadêmica. Ousadia dizer(e já ousando porque o grupo respaldará isso!) que o que sustenta o grupo ao longo desses anos não é o interesse pela pesquisa, mas o interesse pelas pessoas. Porque somos educadores, porque precisamos ser melhores para sempre melhorarmos nossas práticas educativas. E estar nesse grupo é um exercício permanente de aprender a ser melhor. Melhor na palavra escolhida, melhor na maneira de ouvir e dizer, melhor na delicadeza dos encontros de idéias nem sempre iguais, nem sempre as mesmas. Exercício de um estar-com, riqueza da oportunidade que as diferenças nos permitem reconhecer realidades diversas, de Estados e Municípios outros e que demonstram a complexidade do educar e dos desdobramentos que tais cenários trazem para a pesquisa. Pois é, este grupo é assim. Grande, amorosamente talhado na maneira de ser e de fazer educação de sua líder, que como educadora, nos acolhe e nos sustenta. Num movimento sutil, vamos aprendendo também a acolher e sustentar idéias e principalmente, pessoas. Pois é, este grupo é assim.
terça-feira, 31 de maio de 2011
O que efetivamente está implicado nesse absurdo? Discursos que não traduzem as práticas de gestão. Escola como um não-lugar de professor. Alimentos para uns. Corpos negados. Mesquinharia e ignorância. Não reconheço a escola que me foi apresentada nessa conversa de professor. Desejaria que fosse mera história, completo engano. Gostaria que não fosse verdade, que me dissessem que é pegadinha, que os professores fazem suas refeições junto aos seus alunos, que o Estado garante esse direito aos seus tão mal-remunerados profissionais da educação. Que me acordem desse pesadelo, por favor!!!!
Dignidade aos professores!!!
Não adianta jingle em televisão clamando pelo valor e importância do professor, se as políticas públicas de gestão educacional não atentarem para o necessário cuidado para com os profissionais que garantem o funcionamento de suas escolas. Dignidade aos professores é o que devemos exigir!
segunda-feira, 9 de maio de 2011
EDUCAÇÃO EM TEMPO DE FLUIDEZ...
Como um colunista expôs há alguns anos, vivemos sedentos de conhecimento e saturados de informação. Nunca antes tivemos tantas possibilidades de saber o que acontece em lugares distantes, com pessoas tão diferentes e mesmo de outros tempos. São informações. Mas como transformar estas informações em conhecimento que faça sentido, que produza significados, que chega à raiz das coisas? Um lugar, a escola, ainda pode se constituir o único espaço possível para salvaguardar essa possibilidade de tratar a informação e cuidadosa e criticamente transformá-la em conhecimento.
É preciso que a escola resista às investidas desse caráter fluído do mundo que opera tempos e espaços outros. Por isso, a escola deve resguardar o direito de continuar-sendo o que sempre foi. Um lugar em que o silêncio, o bem-pensar sacralizem o diálogo e o encontro com os grandes pensadores do mundo. Escola que propicie redesenhos de identidades, que garanta o encantamento que o saber construído e reelaborado proporcionam ao ser humano. Escola de encontro de gerações que ousem a diferença, sujeitos que desconstroem certezas advindas do não-saber.
É preciso que o giz possa apagar as fórmulas, que as carteiras facilitem a mobilidade dos corpos, que o professor seja a referência para orientar o pensar e o descobrir. É preciso que a linguagem seja preservada e cuidada, que a emoção esteja também presente, que as mãos trabalhem as letras, que os olhos trabalhem as imagens e que todo o cenário seja um modo de resistir.
E, ao se resgatar a escola em sua perenidade, estaremos optando pela mudança deste lugar, pela resistência de continuar- sendo num mundo de fluidez.
segunda-feira, 2 de maio de 2011
Porque somos ainda sujeitos...
E mais uma vez, São Paulo...
domingo, 24 de abril de 2011
Passagem...
Páscoa é oportunidade de ressurgimento daquilo que não foi, do que aparentemente acabou. Que ressurjam os sonhos, que acordem as paixões, que os passos sejam retomados, que os caminhos se refaçam, que as luzes clareiem os cantos escuros e que as ondas voltem e quebrem na praia, em ritmos diversos. Que haja o renovar, o ressuscitar, o ressurgir do mesmo, porém, diferente em nós. Que os sonhos, os passos, as paixões retornem sempre.Que venham e se renovam os dias iguais, em suas diferentes manhãs.Que nós nos renovemos sempre para sermos o melhor que pudermos ser.
Que este domingo seja dia de desejo de travessia para lugares de afetos, de mundos compartilhados, de amores preservados. Feliz Páscoa!!!
domingo, 17 de abril de 2011
Desterritorializando a identidade...
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Professores no cyberespaço....
domingo, 10 de abril de 2011
O perigo da história única...
As diferenças entre nós...
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Insistência necessária...
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Redes sociais...lugar de ser
terça-feira, 29 de março de 2011
Escola não tem ponto final...
quarta-feira, 23 de março de 2011
Primeiro sonhamos...depois, dormimos.
domingo, 20 de março de 2011
Noite de poetar...
Em cima da mesa, junto com bolo, cervejas, refrigerantes e caipirinhas deixaram, quando foram embora, um baú de palha. Um baú feito de poesias. Nele se tocaram Manoel de Barros, Gildes Bezerra, Drummond, Pessoa...Com aromas, cores e texturas diferentes, as poesias dizendo mais que discursos, acalentando além das palavras, o baú foi aberto e reaberto muitas e muitas vezes. Lido, relido, revisto, sentido.
Poetar era o verbo do convite. Poetar continuou o verbo do encontro. Poetar agora como verbo da lembrança. E é poetando que agradeço os amigos que tenho, as pessoas que admiro e todos que quero tão bem. Quero poetar mais, quero poetar sempre e quero tudo isso num baú de palha.
terça-feira, 15 de março de 2011
Mais alunos...de novo professora
Nomes, diversos.Lugares, distantes.Vêm de todos os lados. Do nordeste, tentando entender porque aqui o mar é o nosso céu. Da capital maior do país, sentindo-se morando no mato. Do Vale, deixando o Paraíba e apreendendo o Sapucaí.Garotos, com cara e jeito de garotos. Garotas com voz e charme de garotas. Novinhos, vitoriosos,ansiosos. Falam baixo, se expressam ainda com certo temor. Mas há vivacidade no olhar e talvez algum susto. Humanas num curso de engenharia? Pois é.Cá estou e terei que garantir que aquelas horas sejam momentos de algum aprendizado. Também tenho meus temores.Temor de não ter um tom que soe bem a esses ouvidos jovens. Temor de nada ensinar. Temor que essas horas sejam sentidas pesadamente para esses garotos e garotas. Temor da minha letra que fica feia quando escrevo com pincel.
Pego meus temores, guardo minhas impressões, registro os rostos e levo comigo todos os olhos.E tento me fazer professora. Por mais algumas horas, sei que ali sentirei o prazer de sempre. Bem-vindos à escola!!!!!!
domingo, 13 de março de 2011
Sinos de domingo...
E o que tem os tais sinos? São de tamanhos diferentes, emitem sons que não coincidem entre si e estão juntos agora, num patamar da escada. Ao passar por eles, pensei que poderiam ser mãe e filha ou pai e filho, ou mãe e filho ou pai e filha.Poderiam ser professor e aluno, amantes, amigos, namorados. Que tendência às obviedades!!!
Sinos assim, de tamanhos diferentes, de sons peculiares e afinados(lembra do texto “Afinidades”?Pois é...conversam e se entendem até no silêncio e na distância).
Sinos que me levam a pensar nos sons que emitimos, muitas vezes de maneira destoante de outros sinos. Os pares que se formam, os duetos que de repente se perdem e, por ficarem separados, podem não mais soar, desfazendo-se do sentido de sinos que tinham antes. Vozes que sozinhas perdem o tom. Se perdem, tentam outros sinos, ensaiam outros sons enquanto aquele sino, que forma o dueto, não retorna prá dourar os dias.Esperam em desafino.
terça-feira, 8 de março de 2011
Dia da Mulher...
sexta-feira, 4 de março de 2011
Folia...que venha!!!
Uma folia feita de confetes e serpentinas acompanhadas de muita música.
Uma folia de descanso e silêncio.
Um a folia para reencontrar amigos, conferir passeios e detalhar descobertas.
Que venha!!!!