
Sotaque da Mooca, jeito simplório de um mineiro, a ginga de um carioca, a musicalidade de um baiano. São modos singulares e únicos de se ser, de viver e que demonstram a diversidade bem-vinda de brasileiros. De repente, pela fragilidade de nossa memória e história, tornam-se “patrimônios imateriais”de nossa cultura. Uma maneira de preservar tais singularidades, um modo de apontar o quanto esses elementos são importantes para o nosso conteúdo e identidade culturais. Declarados patrimônios imateriais como cerca que tenta proteger a investida de modos globais de viver, destituindo o “único” que nos habita como brasileiros que somos. Não concebo, porém que estas declarações e decisões de uma política cultural, garantam a legitimidade dessas singularidades. O que legitima modos de ser, é o espaço conquistado, o espaço social garantidor desses modos de ser e de viver. Que a pasteurização fique longe, que os modismos não subtraiam as manifestações que singularizam um povo. Mais que patrimônios imateriais, são elementos constituintes de uma identidade que se conserva e se atualiza pelas ruas, pelos campos, pelos lugares de convivência entre diferentes.Isto é Brasil,uai sô!