segunda-feira, 11 de abril de 2011

Professores no cyberespaço....


“Nunca o professor teve tanta chance de ser fundamental como mediador de informações dispersas”. É Marcelo Tás falando de professores e acerta ao afirmar que o computador é uma ferramenta de comunicação e deve ser explorada como tal. Penso que o computador é ferramenta de comunicação e de compartilhamento. Por ele, podemos, como professores, disponibilizar informações, exemplificar conceitos, encontrar aprendentes com vontade de saber. E, conforme nos alerta Ronaldo Lemos, surgem as denominadas “novas economias culturais” que são outras formas de circulação de culturas que podem ser detectadas pelo movimento das “periferias”que fazem remix, por exemplo, de músicas e imagens. São novas ferramentas digitais que promovem criações coletivas. “Compartilhamento é a própria natureza da criação”(Gilberto Gil) e o professor deve mesmo se apropriar dessas ferramentas para promover aprendizados coletivos, descobertas e cumplicidade na construção do conhecimento. Que a escola seja o chão de um modo efervescente de criação, de reconhecimento das verdades provisórias e de outras, que serão elaboradas. Não cabe nesta nova economia cultural a aridez dos saberes, as cópias sem fim, as obviedades dos conceitos. No novo cenário de educação, é preciso transgredir os espaços, utilizar vários tipos de texto para estabelecer o diálogo e facilitar a descoberta, outros pensares e possíveis novos caminhos epistemológicos. Somos, como professores, fundamentais na circulação de culturas. O que estamos esperando?

domingo, 10 de abril de 2011

O perigo da história única...

Brilhante e impactante palestra que nos leva a pensar o currículo como história que contamos.... http://www.ted.com/talks/lang/por_pt/chimamanda_adichie_the_danger_of_a_single_story.html

As diferenças entre nós...


Ouvindo Muniz Sodré afirmar que “as pessoas não são iguais nem desiguais, mas sim, singulares”, pensei no desafio do além do discurso. Nós, professores temos falado muito sobre o respeito às diferenças, à importância de considerarmos a escola como lugar de todos numa incursão pelo enfoque multiculturalista. Mas, ainda não sabemos como fazer realmente, no cotidiano escolar, a vivência nessa diferença pela via de novos espaços de tolerância. Sodré não resvalou seu discurso pela questão da tolerância. Porém, enfatizou o preconceito que é feito de automatismo, um automatismo que foi aprendido e que está, certamente, subentendido em nossas práticas curriculares.

Pensando sobre isso, qual o lugar da diferença em nossos currículos? Ainda no discurso, ocupando o espaço da fala, dos princípios ditados mais que vividos. A diferença e a sua aceitação não passam pela lógica nem pelo racional. A diferença está nos sentidos que vamos significando e construindo, no afeto estabelecido pelas relações. A diferença para Sodré, “é para ser sentida e desejada”. Mais que pensada ou teorizada, é preciso nos deslocar do preconceito pelo afeto. Porque, conforme ainda Sodré, “nós aprendemos o que afetivamente aceitamos”.E aí que eu incluo o conceito de tolerância com o diferente de mim, que tem o pleno direito de ser. Reconhecer isso na dinâmica escolar, está além de conteúdos e temas transversais a serem trabalhados pelos professores. Reconhecer o direito do outro de ser, significa instituir/legitimar as denominadas “economias invisíveis”feitas de trocas, de cooperação e de amorosidade do “fazer juntos” entre professores, professores e alunos. É quando essas economias invisíveis acabam ou enfraquecem no espaço escolar, que a violência pode tomar seu lugar e é aí que a diversidade se esvai.

Que as economias invisíveis sejam fortalecidas em nossos fazeres docentes para aprendermos a tolerância e reconhecimento do outro como direito à singularidade pura. Economias invisíveis num currículo pensado, feito e vivido pela diversidade.

Bem-vindo...