terça-feira, 30 de agosto de 2011

E o espetáculo continua...


Jamenson, no Brasil, reforça a ideia do fim dos universais e o predomínio do singular, da performance. Até a arte sai do objeto como arte e se reduz(ou se amplia?) a um evento. Expôr-se é a palavra. Isso me faz notar no absurdo de não termos nos livrado nem melhorado, como humanos. Como em Roma, transformamos a luta, a violência em espetáculo e em fonte de riqueza material. Os lutadores ganham rios de dinheiro e a platéia, comovida, aplaude os socos no rosto. O nome disso agora é “esporte”e não se pode dizer nada contra. Afinal, “nossa, isso é antigo e chique há muito tempo nos EUA”. Pois é, desde Roma, que os imperadores agraciavam os súditos com a sua presença na arena.
É a espetacularização da violência, a performance de homens que se têm como valentes, fortes e esportistas!!! Caramba, homens fortes e valentes são os que lidam dia-a-dia para sobreviver, para manter o sonho, sem perder a ternura. Esses são os valentes e os fortes. Os que ouçam viver, apesar de todo o espetáculo da mediocridade da tal pós-modernidade.

Uma sensação de impotência...

Tento recapitular o que sei sobre avaliação. Julgamento, juízo de valor. Processo, caminho ou ponto de partida para tomada de decisões.É pela avaliação que buscamos o melhor, aprimorar um procedimento, redimensionar ações. Quando atrelada `quantificação, avaliar pode ser tornar mera classificação e então, a irracionalidade encobre o certo, o devido, o justo. No caso da Educação, avaliar como sinônimo de medição pode significar des-educação.

Escolas agora recebem notas. Pelo quê? Pelo número de processos administrativos, pelo número de aprovados-reprovados ...e o resultado disso se reflete nos holerites dos professores. Então, melhor calar, negar um fato, deixar de pedagogicamente discutir e ensinar alunos os percalços que às vezes eles mesmos provocam no espaço escolar. Que ninguém emita uma opinião, que os professores impeçam-se de trazer à aula o assunto que está no pátio, nos corredores, entre carteiras e alunos. E assim, dizem que estamos fazendo educação. Num Estado imbuído do todo poderoso Senhor da Avaliação é preciso o silêncio que consente o atroz, que sustenta o monólogo, que confere mediocridade ao papel do professor para a nota da escola seja mantida.
É...e dizem que estamos educando melhor, porque os professores, escolas e sistemas estão constantemente sendo avaliados. Resta saber que educação é essa, que sentido é esse de ser e estar professor. Por hora, apenas uma pesada sensação de que estamos sendo professores pela metade, estamos numa escola em ruínas.E mesmo assim, dizem que estamos fazendo educação.

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