Sotaque da Mooca, jeito simplório de um mineiro, a ginga de um carioca, a musicalidade de um baiano. São modos singulares e únicos de se ser, de viver e que demonstram a diversidade bem-vinda de brasileiros. De repente, pela fragilidade de nossa memória e história, tornam-se “patrimônios imateriais”de nossa cultura. Uma maneira de preservar tais singularidades, um modo de apontar o quanto esses elementos são importantes para o nosso conteúdo e identidade culturais. Declarados patrimônios imateriais como cerca que tenta proteger a investida de modos globais de viver, destituindo o “único” que nos habita como brasileiros que somos. Não concebo, porém que estas declarações e decisões de uma política cultural, garantam a legitimidade dessas singularidades. O que legitima modos de ser, é o espaço conquistado, o espaço social garantidor desses modos de ser e de viver. Que a pasteurização fique longe, que os modismos não subtraiam as manifestações que singularizam um povo. Mais que patrimônios imateriais, são elementos constituintes de uma identidade que se conserva e se atualiza pelas ruas, pelos campos, pelos lugares de convivência entre diferentes.Isto é Brasil,uai sô!
Rita, seu texto lindo me remete a uma poesia de Luis de Minas e aqui vai um pedacinho prá você:
ResponderExcluir(...) quando uma personalidade,
em um idioma diferente,
faz menções sinceras e honrosas,
ao nosso querido país.
O que é que a gente sente?
Não é nenhuma caretice
e nem sensacionalismo.
Tampouco uma breguice,
nem um mero nacionalismo.
Trata-se de um otimismo,
que se mostra de modo altaneiro.
O que a gente realmente sente,
antes esses fatos, ocasiões,
circusntâncias e situações,
é o mais puro brasileirismo,
que amplamente se traduz,
no grande e indispensável orgulho, de simplesmente ser brasileiro.
( Luis de Minas)
Abraços,
paullus.