domingo, 13 de março de 2011

Sinos de domingo...

Pois é...como parece mesmo que o ano só começa após o carnaval, aqui em casa há um movimento de resgatar coisas, re-conhecer móveis e recolocá-los em outros espaços. E foi assim que surgiram, neste domingo de meio-sol, dois sinos, achados em lugares distintos,que tratados, deixaram o tom acinzentado e voltaram ao brilho dourado.
E o que tem os tais sinos? São de tamanhos diferentes, emitem sons que não coincidem entre si e estão juntos agora, num patamar da escada. Ao passar por eles, pensei que poderiam ser mãe e filha ou pai e filho, ou mãe e filho ou pai e filha.Poderiam ser professor e aluno, amantes, amigos, namorados. Que tendência às obviedades!!!
Sinos assim, de tamanhos diferentes, de sons peculiares e afinados(lembra do texto “Afinidades”?Pois é...conversam e se entendem até no silêncio e na distância).
Sinos que me levam a pensar nos sons que emitimos, muitas vezes de maneira destoante de outros sinos. Os pares que se formam, os duetos que de repente se perdem e, por ficarem separados, podem não mais soar, desfazendo-se do sentido de sinos que tinham antes. Vozes que sozinhas perdem o tom. Se perdem, tentam outros sinos, ensaiam outros sons enquanto aquele sino, que forma o dueto, não retorna prá dourar os dias.Esperam em desafino.

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