domingo, 20 de março de 2011

Noite de poetar...

Poetar era o verbo convidando para a festa. E foi poetando que começaram a chegar, transformando todo o espaço branco e vermelho em espaço de prosa, de verso, de beijos, risos e afagos. Colegas, feito amigos por convivência e afinidade, vieram, embrulhados em presente. É, porque cada um que entrava, parecia expor uma fita prá ser desenlaçada num abraço. E foi assim que poetamos. Noite regada de lua cheia e chão ainda molhado pela chuva que se ofereceu, um pouco antes, para refrescar os passos. Poetamos assim, devagar e com barulho de vozes que se misturavam.
Em cima da mesa, junto com bolo, cervejas, refrigerantes e caipirinhas deixaram, quando foram embora, um baú de palha. Um baú feito de poesias. Nele se tocaram Manoel de Barros, Gildes Bezerra, Drummond, Pessoa...Com aromas, cores e texturas diferentes, as poesias dizendo mais que discursos, acalentando além das palavras, o baú foi aberto e reaberto muitas e muitas vezes. Lido, relido, revisto, sentido.
Poetar era o verbo do convite. Poetar continuou o verbo do encontro. Poetar agora como verbo da lembrança. E é poetando que agradeço os amigos que tenho, as pessoas que admiro e todos que quero tão bem. Quero poetar mais, quero poetar sempre e quero tudo isso num baú de palha.

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