domingo, 24 de julho de 2011

Caneta e papel... não mais necessários para o aprendizado da escrita?


Como dispensar caneta e papel, o pegar a caneta, entrelaçar os dedos, apoiar o pulso no apoio do papel....Traçar as letras, repetí-las e traçá-las uniformemente(ou não!). Escrever na linha, inconsciente calcular os espaços, colocar um ritmo, parar o movimento quando o pensar parece escapar. Reler o escrito e perceber que a mão corre mais que a palavra pretendida, engolir as letras, forçar a ponta e marcar o avesso do papel.

E o rabisco? Trocar uma palavra por outra, rasurando aquele pedaço. Ou simplesmente passar um traço em cima da palavra equivocada, mas deixando ali a sua marca para que saibam o que havia escapado pelos dedos.

E a caligrafia, não mais importa? Aprender os traços de cada letra, dominar o movimento preciso para se fazer um “a”ou um “s”. Escrever com a preocupação de ser entendido, lido e decifrado. Não mais se terá uma marca nesses traçados que nos fazem ser únicos pela letra traçada?

Pela perplexidade que me causou a notícia, devo estar ficando anacrônica, num tempo outro que não combina com essas manchetes. Reagi menos como professora e mais como uma apaixonada por letras, inclinações e traços.

Fico pensando que então, se as crianças de hoje não mais aprenderão a escrever usando papel e caneta, não saberão, mais tarde, o sabor dos bilhetes trocados com o amado que poderiam até dispensar a assinatura, porque a própria letra já seria a própria alcunha. Não mais reconhecerão o outro pela letra. Engraçado, sempre senti necessidade de conhecer a letra das pessoas. É uma maneira de apreendê-las um pouco mais. E agora, como será?

3 comentários:

  1. É verdade! Agora o que importa é fonte true type tamanho 12, times new roman e blá blá blá.
    E-mails vc lê e deleta. Agora as cartinhas que recebíamos eram guardadas e muito bem guardadas. Eram realmente íntimas. Hoje tudo mudou! tudo ficou superficial, eletrônico. É a tal "Era digital". Porém, só com muita vontade isso poderá mudar. Lembrar dos tempos em que um carteiro batia à nossa porta, na mesma hora o sorriso surgia e aquele momento de abrir a "missiva" era o momento mais importante do dia. Ainda tenho algumas, que recebi e que mandei.Lembranças de uma época que os jovens de hoje nem sonham e acho que nunca sonharão! Será que estamos ultrapassados? E agora, como será?

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  2. Acho que temos um papel nesse cenário. Não de reminiscências, mas de buscar valores similares em emails, msn, algo assim. Não sei onde chegaremos, mas é preciso arrumar um jeito de continuar nessas andanças...

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  3. Concordo. O tradicional não foi preservado e o que existia de bom em materiais dispersos tão variados como folhas de tamareira, pedaços de pergaminho, omoplatas de camelos, pedras e também na memória dos primeiros seguidores se foi ...

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